14 agosto 2010

Cinza

Enquanto pode ser, é.
E queima. Como o ardor prazeroso do sol de inverno.
Quando não mais, morre.
E queima.
Como a frieza mórbida de gelo seco.
E dói.

E o eterno?
Dura enquanto pode ser.
Uma vida inteira.
Uma noite ou meia.
O minuto que está por vir.
Ou então, enquanto seus olhos puderem sorrir.

E hão brilhar.
Em uma fotografia.
Guardada a sete chaves.
Em uma gaveta escondida.

E outros olhos também vão brilhar,
lacrimejantes à imagem.
E desejar que o fogo volte a queimar.
Transformando tudo em cinzas
Que o vento possa soprar para longe
E que sobre apenas as marcas.
De um incêndio fugaz, leve e intenso.

2 comentários:

Anônimo disse...

Linda poesia, mas tire a crase.

Claudiney disse...

Obrigado =]