25 novembro 2009

Me, Lê and Andy Warhol

24 novembro 2009

The Bitch Sales

20 outubro 2009

Suicídio

É impressionante como, vez ou outra, somos surpreendidos por fatos que marcam nossa vida de maneira estranha. O que vou relatar a seguir talvez tenha sido a maior das singularidades que minha mente tem o poder de recordar. Minha frieza, antes incontestável, mostrou-se impotente naqueles poucos minutos, e nunca uma pessoa mexeu tanto comigo. Não posso dizer se por sua ingenuidade ou sabedoria. Crer em tal fato talvez passe a servir de alento para muito dos leitores, mas creio eu que nem todos terão a mesma sorte.
Estava decidida a pôr um fim naquilo tudo, já havia dias que pensava sobre, mas havia tomado uma decisão. Seria naquele dia. Rapidamente, cheguei a casa dela, entrei sem bater, queria fazer uma surpresa. As coisas estavam jogadas no chão. Apanhei uma garrafa de whisky quase vazia. Parecia fazer semanas que ela não saía de casa, nem ao menos de sua cama, exceto quando recebia pizzas que pedia pelo telefone. Este havia sido destruído, provavelmente com um arremesso enfurecido na parede. As caixas de pizza ainda se encontravam ao chão com restos cobertos de formigas. Levei a garrafa até a boca, estava insuportavelmente quente, a tal ponto que distorcia minha face para engolir a pequena quantidade despejada. Após experiência não muito agradável com o sabor da bebida, abandonei a garrafa novamente no chão.
Caminhei ao quarto dela lentamente. Empurrei a porta que estava semi-aberta. A pouca luz que iluminava o quarto provinha de um pequeno abajur que se encontrava ao lado da cama. Deparei-me novamente com a desordem aparentada de semanas. O quarto não era demasiado grande, porém o suficiente para uma pessoa sozinha. Havia ainda nele uma porta que dava para um banheiro. Passei ao lado da cama sem que ela despertasse de um sono profundo e desinteressado, certamente acarretado pela grande quantidade de álcool que havia consumido. Como se acompanhasse minha caminhada, o corpo dela se arrepiava a cada passo que eu dava em direção à porta. Em um espetáculo lúgubre seu corpo parecia sentir minha presença e se ouriçava à medida que eu passava ao seu lado, começando pela cabeça que estava virada aos pés da cama, descendo pelo seus braços e tronco, chegando finalmente às suas pernas. Cheguei ao banheiro, mas não entrei, apenas a vista superficial da porta reforço minha idéia sobre os motivos de seu jazer. Havia sobre a pia outra garrafa de whisky, essa pela metade e uma caixa de calmantes. Ao visualizar tal mistura, comecei a duvidar se o sono dela seria mesmo sono, ou se havia chegado atrasada para evitar o pior. Logo restabeleci a razão. Tal infortúnio era improvável.
Voltei-me para o quarto, já havia perdido tempo demais naquela casa, acabaria com tudo logo para que prontamente voltasse à minha vida normal. Caminhei até a cama onde ela se encontrava. Sua roupa descuidada deixava seus seios à mostra, mas acredito que não tinha a companhia de alguém havia dias. Não obstante as condições em que ela provavelmente fora dormir, sua respiração calma e lenta fazia seu sono parecer saudável. Observei seu rosto, agora iluminado pela luz externa que a porta permitiu entrar no quarto. Era uma mulher de rara beleza, os cabelos negros e lisos escorriam pelo seu rosto e se destacavam ao alvor de sua pele , escondiam parcialmente seu nariz fino. A boca bem desenhada quase sem cor não perdia a beleza. Era de fato uma mulher jovem e bela, mal sabia a desgraça que estava prestes a se consumar.
Levantei a mão, iria pronuncia as palavras que a mim eram incumbidas. De súbito ela abriu os olhos e me fitou. Seus olhos azuis eram esfumaçados e penetrantes como os de um felino. Vacilei pela primeira vez. Nunca havia me compadecido de Ninguém, nem de velhos, nem de crianças. Era incompreensível o que fazia que eu parasse meu ato naquele instante. A agonia foi se alastrando e em poucos segundos havia tomado conta de mim. Cambaleei, apoiei-me em uma poltrona postada em frente à cama. Minha respiração ofegante fazia transparecer todo escárnio que sentia por mim mesmo naquele momento.
A mulher arrumou q camiseta que vestia, cobrindo os seios. Esfregou os braços, aquecendo-se do frio que parecia ter sido provocado pela minha presença, levantou-se e foi até o banheiro. Retornou com a garrafa de whisky em uma das mãos, sentou-se na cama com as pernas dobradas e encostou os joelhos um contra o outro. A luz fraca do abajur dava a seu rosto um brilho temeroso. Virou a garrafa demoradamente enquanto eu , atordoada, observava a cena e tentava recobrar-me para que, enfim pudesse fazer o que me cabia. Depois de saciado seu desejo, fechou os olhos novamente em um longo piscar, juntamente com uma profunda respiração. Abriu os olhos tão rápido quanto a primeira vez, fitou-me novamente. Indaguei se ela me via. Por instantes pude acreditar que não, mas o que aconteceu desse momento em diante pôs à prova toda a perfeição que eu depositava em meus crimes.
Um leve movimento em seus lábios revelou um sorriso sarcástico, como poucos que já havia presenciado. Postei-me seriamente, à altura que minha posição exige e encarei-a, fingindo não estar surpresa com tal situação. Sucedendo seu sorriso, ela resolveu estabelecer contato:
—Sabe; tem dias que não acordamos bem—até então podia duvidar que me via—entende?
Tal pergunta colocou um ponto final nas dúvidas que eu insistia em manter sobre a situação. Esclarecida a dúvida, maior ainda foi minha surpresa. Acenei vagarosamente que sim com a cabeça e deixei que ela continuasse. Seu olhar profundo perdeu a noção de espaço assemelhando-se ao de um lunático, olhava para mim como se olhasse para um vasto horizonte que não tem fim.
—São aqueles dias que desejamos que o mundo todo acabe. Simplesmente pelo fato de poder acabar junto com ele. Mas ele nunca acaba.....E o que nós fazemos?
—Acabamos com ele?—perguntei sem me dar conta exatamente do que pretendia com aquela conversa.
Ao ouvir minha resposta ela deu uma longa gargalhada e voltou a levar a garrafa à boca. —Bebemos, é isso que fazemos. Acabar com o mundo é algo grande demais para simples mortais, deixe isso para os deuses e demônios. Nós, por enquanto nos empenhamos em acabar conosco mesmo.
Apontou a garrafa na minha direção em um gesto de saudação, soltou outro sorriso sarcástico, inclinou levemente a cabeça, olhou fixamente para garrafa em suas mãos. Em uma deflagração de ódio e tristeza arremessou a garrafa contra mim. Seus olhos haviam perdido a serenidade. Eram pura fúria e violência. A garrafa chocou-se contra a parede e o pouco líquido que restava produziu uma mancha disforme logo acima da minha cabeça, mas a mim que era o principal alvo, não atingiu. Seu ataque foi sucedido de gritos enraivecidos
—Desgraçada! Onde é que você estava quando eu precisei de você?
—Se era de mim que precisava, estou aqui.¬ —respondi mantendo a calma.
Seu rosto novamente voltou à serenidade que precedia o ataque e seus olhos tornaram a se dispersar no ar. Novamente ela parecia ser uma lunática. Abaixou a cabeça; lágrimas começaram a escorrer lentamente de seus olhos, molhando alguns fios de cabelo que estavam soltos em seu rosto deixando-os grudados em sua face.
—Desculpe, de nada adianta me enfurecer, devia ter aceitado que sou um brinquedo, a seu tempo e gosto.—disse em meio as lamúrias.
Estava criando um vínculo afetivo perigoso com aquela conversa, tinha uma determinada função e precisava cumpri-la de alguma forma, mas em anos talvez tenha sido ela a única que se dispunha a ter uma conversa verdadeira comigo. Pensei em abraçá-la, não sei se por mim ou por ela, mas hesitei o fato de não ter acabado com tudo assim que cheguei já havia ultrapassado os limites que a mim eram concedidos. Ela continuou a falar:
—Você é tão bela quanto eu via em meus sonhos. Diversas vezes eu jurava ter dormido abraçada à você, mas quando eu acordava não sentia sua presença. Acho que você sempre foi pra mim um sonho, toda noite dormia abraçada com um sonho e acordava com a realidade de mais um dia. Talvez seja esse o motivo por que tantas pessoas achem a vida tão injusta, os sonhos são muito melhores, porém eles nunca são alcançados. Mas hoje é meu dia, não é?
—Assim....—levantei e olhei para ela esperando que se atemorizasse diante de minha presença, mas ao invés disso ela sorria como se vivesse uma alegre tarde de verão. Vacilei pela segunda vez, agora minha agonia beirava o desespero. Minha intriga tornou-se insuportável.
—O que há com você menina?
—Desejo.— respondeu prontamente—O que há comigo é desejo. Muita gente até hoje foi possuída por você, muita gente te aceitou, mas poucas te desejaram o quanto eu te desejo agora.—abriu os braços em um movimento de aceitação—Vem!. Nossos destinos estão entrelaçados como uma só coisa.
—Maldita!—sentia raiva das palavras que ela me dirigia. Sentia raiva por saber que eram verdadeiras, e que ela conhecia meus caminhos como eu própria.
—Isso, se enfureça. É tudo que desejo que se enfureça. E que, enfim, entregue-se a mim pelo seu ódio e pelo meu amor, para que assim possamos chegar a um só corpo. Em um só momento transformará o amor em ódio e o ódio em amor, cumprindo assim o destino dos vivos.
—Alegra-se por isso?
—Como já disse, há dias que sonho com você.
—Então assim seja feita sua vontade minha jovem.—ergui pela terceira vez minha mão para tocar-lhe. Desta vez fui interrompida por ela.
—Espere! Vamos brindar, deve ter um pouco de whisky em algum lugar.
Ela correu pela porta e voltou com a garrafa, que parecia ser a mesma que havia abandonado no chão, e dois copos com gelo. Encheu os copos até a me ofereceu. Olhei para o copo e lembrei da experiência que havia tido logo na entrada. Enquanto observava o líquido no meu copo, ela levantou o copo na altura da cabeça e me fiou esperando que eu fizesse a saudação. Declarei com toda ostentação que havia em mim.
—Ao amor!
Ela, a moldura de minha contradição, declarou com a mesma ostentação:
—Ao ódio.—e virou o copo que parecia ser-lhe da mesma pureza da água. Ante tal desafio repeti o ato, que dessa vez foi mais feliz do que minha primeira experiência.
Voltou a me fitar. Seus olhos esfumaçados brilhavam de felicidade, era abstruso imaginar como alguém podia me desejar da forma como ela me desejava, mas, por fim, era chegado o momento de realizar seus desejos.
Parecendo adivinhar meus pensamentos, ela voltou a falar:
—A verdade é que não te desejei sempre. No início um simples abraço de qualquer seria o suficiente, mas as pessoas parecem fugir quando as coisas ficam mais difíceis. Tudo o que precisava era de alguém que me amasse como eu te amo hoje. Enfim, o que consegui foi isso que você vê agora. Nada, a não ser você.
—Tenho certeza que sua família te ama.
—Eu também tenho. Eles só não tentaram demonstrar isso quando eu precisei, agora também não faço questão. Tudo o que preciso é de liberdade e você vai me dar a liberdade necessária.
—O preço que se paga pela liberdade é muito alto.
—A liberdade se tivesse preço certamente não relutaria em comprá-la.
—Sendo assim, desejo sinceramente que possa ser livre.
—É engraçado ver você declarar sinceridade, já que é a única em todo mundo que a sinceridade não precisa ser posta à prova.
Ri do elogio nunca antes recebido de procedência alguma.
Ela abaixou novamente sua cabeça, sentou-se na cama e voltou a chorar.
—Arrependeu-se?
—Jamais, choro porque foi triste minha vida, porque minha solidão me ardeu tristemente enquanto definhava. Toda beleza que possa ser vista no mundo de nada vale se não puder ser compartilhada. Talvez a maior das desventuras seja saber da beleza da vida e guardar tamanha preciosidade para si só. É como guardar ácido no sangue que aos poucos vai corroendo seu corpo e destruindo tudo por dentro.
Suas palavras não pareciam ser de tristeza, nem de arrependimento. Pareciam trazer consigo uma mágoa, por tudo que não pôde fazer pelos outros e tudo que não pôde receber em troca. Fitei-a piedosamente, ela secava as lágrimas que desciam em seu rosto. Olhou friamente para mim, vi novamente seu olhar se transformar. Estavam agora tão cinzentos quanto uma tarde nublada de inverno.
—Sinceramente, a vida não é tão injusta como gostamos de espalhar por aí. Na noite passada desejei que estivesse aqui ao amanhecer e quando acordo me descubro frente a ti, assim me olhando e pronta pra mim. E eu, aqui estou, também pronta pra você. Pode vir eu não tenho mais receios.
Dessa vez decidida, e sem vacilar, declarei?
—Quando o homem se depara com o ceifador, cumpre-se a única certeza e moléstia dos que estão vivos. Da liberdade real nem mesmo a prisão do corpo de carne e osso pode privar a alma. Eis que estou aqui, seu único instrumento de liberdade e com clemência recebo sua alma.—Ela não permitiu que eu tocasse sua cabeça com minha foice, correu em minha direção me abraçou e feneceu em meus braços. Coloquei-a de volta na cama. Seu corpo alvo parecia mais belo agora que perdia a luminosidade da vida.
Sentei-me novamente na poltrona e fiquei contemplando por mais uma hora o corpo da única mulher que amara e literalmente conhecera a Morte.
Seu corpo foi encontrado quatorze dias depois, a causa mortis foi definida como overdose por ingestão de calmantes. Aos parentes e conhecidos, foi declarado que houve suicídio.

11 setembro 2009

O Imbecil

Deixe que as estrelas consumam o céu
E deseje!
Deseje e inveje.
Interrogue-se! Por que não?

Estire suas asas e salte.
Luminoso como uma estrela
E voe livre de olhos fechados
És um anjo, alvo e luminoso.

-Imbecil.Grita alguém com olhos em brasa.
Os seus olhos atordoados procuram sentido.
Tens apenas uma confusão de luzes.
E fumaça...e o barulho dos carros.
Não, você não está no céu.

Chore garoto.
Não sabes voar.
Não tem asas brancas e imponentes no céu.
Não, você não irá às estrelas.


Sabes agora a dor!
Sabes que é vivo.
Sabes que o mundo vive sem a proteção de tuas asas

Um despercebido pisa no seu peito
Acaba com teu ar.
Tua divindade é tão terrena quanto a de um cão mórbido na chuva
Tua soberba está reduzida a boa vontade de quem não te enxerga

Morre um anjo
E sabe agora que és apenas um humano
Que morrerá tão logo a vida lhe permita.
-Imbecil

26 agosto 2009

Quantos anos

Por vezes o sincero é tão sutil
Que se faz invisível aos olhos em luzir
Tão sutil é, que se quebra em não existir
Olhe ali, mais um inverno no fim

O toque é tão macio
Macio demais para ser percebido
Pra que tocar
Os olhos só enxergam o belo e o rico

Por que não guarda todos teus segredos em tua alma?
Carregue contigo até o último suspiro
Leve-os para o inferno e entregue aos malditos
Te acolherão com abraços e sorrisos

Guarde um pedaço teu para tristeza
E se esconda lá, para que não te vejam
Não há perdões onde o existir não existe
Quantos anos já foram?

Sinto minha alma cansada!

13 agosto 2009

Desejo

04 agosto 2009

Destino



25 julho 2009

18 julho 2009

8 segundos

E se para sempre fossem apenas 8 segundos?
Seus planos seriam todos esquecidos.
E abandonados à impossibilidade do eterno

E se o para sempre fossem apenas 8 segundos?
Com quem você ficaria abraçado?
Longa e confortavelmente em um último carinho.
Seu último afeto.

E se o para sempre fossem apenas 8 segundos?
Qual imagem você levaria em sua retina?
O que seus olhos guardariam de eterno?
Em câmera lenta seus 8 segundos de eternidade.


E se o para sempre fossem apenas 8 segundos?
Qual seria o som que te feneceria?
Qual a orquestra que te tocaria
Que te embalaria e te faria dançar pela noite.


E se o para sempre fossem apenas 8 segundos?
Qual o sabor da sua vida?
Qual toque e majestade.
Sem olhar, sem ouvir..
Apenas sentir o sabor e se deliciar.


E se o para sempre fossem apenas 8 segundos?
Qual o seu legado?
O que resumiria em poucas palavras?
Seu recado, seu livro, seu pedido de desculpas!


E se o para sempre fossem apenas 8 segundos?
Qual o cheiro do interminável?
Qual essência do seu existir?
O que tornaria o ambiente calmo, tranquilo?


E se o para sempre fossem apenas 8 segundos?
De que serviriam as promessas?
Quanto tempo? Sonhos.
E o agora?

07 julho 2009

Estevão, o Suicida Covarde #11

30 junho 2009

Fim de tarde



24 junho 2009

Estevão, o Suicida Covarde #10

16 junho 2009

Estevão, o Suicida Covarde #09

08 junho 2009

Estevão, O Suicida Covarde #08

01 junho 2009

Sobre existir


21 maio 2009

Sobre a verdade


11 maio 2009

Ele

Os pelos já se confundem, descem, sobem e se enrolam. O mesmo acontece com ele, já não sabe onde está e de onde veio, quanto sentido isso faria se não fosse verdade, perdido se vendo, tentando fazer parte, ouvindo e não compreendendo, falando sem ter vontade, essa vontade que está em algum lugar, e é esse lugar que ele deveria estar, sendo quem é, o que é? A rua nunca foi tão escura, o barulho dos passos o seguem , alguém o segue, a mesma pergunta, quem sois vós, oh majestade? Fazes dele alguém que saiba voar. Infeliz, nem sabe mais que o medo de altura lhe aflige, pouco importa, quem liga pra isso? “-Alô, com quem você fala? -Oi, sou eu, quero te falar assim como me fala o silêncio inebriado por gritos e cabeças que giram, giram, giram, vêm em minha direção, só por diversão me assustam.” A se essas linhas te falassem o que ele sente, talvez se sinta como um pingo de chuva no calor escaldante do deserto, (apenas um adendo aqui será registrado, aquele deserto que se encontra em algum lugar que não tem direção, apenas desça, mas desça fundo, vá ao fundo, e irá perceber que nada mais belo que a superfície que sois). Aquela gota de chuva que antes de cair na areia, ou no lago, evapora, adeus, adeus. Ele sabe que não está sozinho, quanta gente, quanta coisa, respira, inspira, Oh grande e benevolente majestade, da-te um par de asas, daquelas das mais azuis que tiveres, daquelas que podem levantar o mundo, da-te asas e mostre a ele que podes voar.

08 maio 2009

.

27 abril 2009

23 abril 2009

13 abril 2009

Considerações



02 abril 2009

Silêncio

E por que não se faz dono do meu ser?
Irônico.
Preciso
Como preciso!

E por que não engolirmos a seco tudo que sabemos?
De que vale algo que na verdade valor algum terá?
Estou cansado
Gira..gira..gira

Vou cair em um campo com folha secas
Vou olhar o céu e as nuvens
Os pássaros.....inocentes....calados
As folhas..inocentes, caindo dançando lentamente com o vento.
As folhas caem....inocentes caladas

Vou andar em frente ao mar.
Sedento mar....
No seu ir e vir eterno
Maré silenciosa

Vou voar...voar...voar....
Vou correr....correr...correr
Na madrugada....meus pés não tem direção
Meus olhos não procuram
Não quero nada....
Apenas o silêncio da madrugada.....triste

Silêncio que me domina
Só você me conquista
Só você me possui
Compreende e abomina

27 março 2009

Desejo

Primeiro é o olhar que se cruza e se encontra
Se avalia e se permite
Se aproxima e se descobre
Se aceita......deseja

Depois é a pele, o toque
Precisa ver se combina...
Sentir se existe resposta
Se as mãos deslizam suaves pelo corpo

O beijo, intimidade casual
A língua quente
Nervosa, molhada
Paixão ardente e instantânea

O corpo se encaixa, se entrega
Se completa se perde
Como animais, selvagens...irracionais....
Um beijo o toque...o desejo
O delírio, o prazer, o gozo

Desejo é sonho
E nos entrega
Nos domina
Nos possui...
Me possui

24 março 2009

Estevão, O Suicida Covarde #07

18 março 2009

Aquela voz


Isto é um post preguiçoso!

06 março 2009

Estevão, o Suicida Covarde #06

27 fevereiro 2009

Sobre existir


Calem-se não há concordância para não haver sentido!

18 fevereiro 2009

Resumo

11 fevereiro 2009

Estevão, o Suicida Covarde #05

02 fevereiro 2009

Estevão, o Suicida Covarde #04

27 janeiro 2009

Lar

19 janeiro 2009

Vende-se

Bem tolos leitores, se algum de vocês nos levam a sério tenho uma história para contar. O nosso desenhista Leandro Magri, acaba de ingressar em um projeto muito importante para ele, para o futuro e para o The Bitch Art, desse modo estamos arrecadando fundos para esta empreitada. Faremos leilões contínuos de artigos aqui no blog, serão artigos referentes as nossas criações. 
Pois bem o primeiro deles é este retrato que foi encontrado entre as coisas de Estevão.

Lances enviem e-mail para leandro-m.n@hotmail.com , att Equipe The Bitch Art.

16 janeiro 2009

Estevão, o Suicida Covarde #03

15 janeiro 2009

1 Minuto

14 janeiro 2009

Bar

Na sombra da noite não há o que se aproveite.
Nem eu, nem você que rimos loucamente.
Nem os carros que correm.
Nem a dor de quem tem fome e frio.

Quero mais um gole desta bebida amarga.
Que me embriaga e me faz rir.
Tome mais um gole, até o último que te faz cair.
E quando acordar desejará paz por mais um dia.

Um brinde a fome dos que tem fome
Um brinde ao frio dos que tem frio
Um brinde as lágrimas de quem chora
Um brinde a dor de quem ama.

Sentados à mesa somos carne podre.
E cada dose é um pedaço que o abutre nos arranca.
Estamos em constante decomposição.
Até o fim, até nossos ossos virarem pó.

Mais uma dose.
Vamos brindar àqueles que aproveitam a vida sem movitos
E àqueles que não tem motivos para não aproveitar.

13 janeiro 2009

Quem sou?

12 janeiro 2009

Estevão, o Suicida Covarde #02

09 janeiro 2009

Qual foi o último abraço que recebeu?

Porque nos restam somente saudade e arrependimento.
Por não dar um abraço naqueles que se foram,
E não deixaram nem ao menos um adeus 
Ou um último abraço.
Nos resta a esperança maldosa de que eles voltem.

Não entendo por que deixamos que nossos sonhos morram.
Sejam esquecidos no fundo de nossas lembranças.
Como uma imagem vaga e perdida em escuridão. 
Que nos manda sinal de vida em forma de angústia.

Me explique por que deixamos a vida nos consumir.
Quando devíamos fazer o contrário.
Consumir o máximo da vida.
Para que possamos aproveitar o que de melhor a morte nos provém.

Deve ser esse o medo que temos de morrer.
De saber que não fomos capazes de consumir nossa vida.
A única coisa que realmente é nossa de propriedade, não pertence a ninguém.
Tudo que é vivo morre, porém morrer sem viver é cruel.

Tormento porque ele nos possui?
O que é ésse ódio?
Essa vontade de algo a mais?
O que você procura?
O que você quer?
O que você sonha?


Qual foi o último abraço que recebeu?

08 janeiro 2009

Apenas uma carta...

CARTA DESTINADA AO VOCÊ.

Caro você, a muito não te vejo, a muito não penso em você, a muito não havia motivos para perder meu tempo em te escrever.
Caro você, aqui quem te escreve sou eu, aquele que a muito tempo foi abandonado. Eu que a muito chorou sua partida, -e ainda chora-, foi eu que te segurou com mãos firmes, mesmo sabendo que um dia você partiria, sempre soube que você era mais forte, sempre soube que eu não era o bastante.
Você se libertou, prometi nunca mais pensar em você. -quem me dera conseguir isso-.
Mas hoje, uma quarta-feira fria e nublada, com o relógio marcando meio dia, não consigo ver o sol, mal consigo respirar, não consigo parar de chorar, hoje é o dia mais belo que já tive com sua ausência.
Não vou pedir para voltar -volte, por favor-. Não quero saber da sua vida -me encontrou em alguém?-. Apenas preciso conversar -me responda- Cansei de conversar com meu reflexo no espelho, cansei de pensar em você quando me via, cansei de pensar que você iria me responder naquelas longas tardes que perdi nos olhando.
Estou preso em algum lugar, pessoas estranhas conversam comigo, mas não as vejo, apenas as ouço, você poderia me livrar disso, -elas são inconvenientes, elas me respondem sem eu perguntar, tudo já foi menos ao contrário também-.
As vezes me perco nessa grande casa feita de ilusões, é muita gente, é muita coisa, tanta coisa que me enchem os pulmões, me causam náuseas, mas nada sai, tento urrar, tento expulsar, mas não adianta. Nessas horas é que eu penso em você. Adoeci inúmeras vezes desde sua partida, e as pessoas de branco me disseram que você me fazia mal, mas... Mal estou agora sem você para me fazer eu de verdade.
Espero que você esteja bem, espero que você consiga dormir, espero que sua vida esteja melhor que a minha.


P S: Surpresa surpresa, hoje é o nosso dia do secreto, parabéns!


ENVIADA POR MIM, DE UMA CASA DE ILUSÕES.

07 janeiro 2009

Estevão, o Suicida Covarde#01



06 janeiro 2009

Pedro

Pedro não tinha casa!
Nem automóvel,
Nem dinheiro, nem cachorro.
Nem influência, nem respeito.
Mas Pedro tinha amigos.
Alguns poucos, mas tinha-os.
Certo dia se encontraram todos.
A tarde, em uma praça.
Conversaram longamente, no reconfortante ardor do sol do inverno.
Todos assim, puderam se aquecer.
Ao cair da noite, veio junto o frio.
E todos quiseram partir.
Pedro levou todos até suas casas.
E quanto entregue o último, se sentiu triste.
Andou sozinho pela cidade, e quando cansou;
Voltou a praça e dormiu no chão frio.
Pedro não tinha casa!

05 janeiro 2009

- OH, na rosa!
- Você?
- Eu mesmo, onde pensaste que és?
- Aqui é o meu lugar, faço da sua dúvida meu esclarecer.
- Vi caras e bocas, a segunda com dúvidas, já a primeira não faço alusão!
- Quem é a terceira pessoa?
- Ele!
- Quantas terceiras há?
- O suficiente para enganar os saberes!
- Saberes de quem?
- Oras, de quem falaste?
- Neles. Para eles!
- Eles sabem que falam de mim?
- Silêncio, a terceira acabou de chegar...
  -
  -
- Interrompido...
- (onomatopéia de batida na porta).
- Pode entrar.
- Quem sois vós?
- DEUS!
- Quem?
- O fulano da segunda linha!
- Não acredito, faça uma de suas mágicas!
- Não sou mágico, sou equilibrista.
- Bem que reparei que algo estava penso.
- Obrigado pelo chá, logo menos nos veremos.
- Sim Senhor!
- Antes que eu me esqueça... EU não penso!!!

04 janeiro 2009

Reticências